O pequeno Mansare vive num bairro escondido na cidade portuária de Conakry, Guiné, onde adora brincar com os seus irmãos mais velhos. Mas apesar da sua personalidade activa e divertida, a infância de Mansare de quatro anos sempre foi um pouco diferente das outras por causa das suas pernas arqueadas.

O estado de Mansare sempre o dificultou de acompanhar outras crianças, quer correndo, trepando árvores ou jogando futebol.
Uma criança de quatro anos deveria ser demasiado jovem para se sentir consciente e envergonhado, mas os comentários e a aparência que Mansare recebeu enquanto esteve na cidade fizeram-no sentir-se diferente dos outros.

Ele correu e o seu riso trouxe um sorriso à cara da sua mãe.
“Olhem para ele. Olha para ele a andar”, disse a sua mãe, Simone. “Agora ele pode jogar. Antes, cansava-se e voltava passados dez minutos porque as outras crianças se riam dele. Agora, tenho de o ir buscar ao fim do dia e trazê-lo de volta para casa porque ele está tão feliz por estar a jogar”.
A visão de uma criança enérgica a correr e a brincar pode não ser surpreendente para muitos, mas é algo que a família de Mansare sempre esperou.
Mansare cresceu com uma condição conhecida como ‘bowleggedness’, uma doença frequentemente causada por uma doença subjacente, como o raquitismo, e agravada por desnutrição. A criança de quatro anos só conheceu a vida com a sua condição ortopédica, o que fez do caminhar e correr um desafio cansativo.
Após anos a ver o rapazinho lutar com a sua mobilidade limitada, a família de Mansare ficou entusiasmada ao ouvir a notícia de que ele poderia finalmente encontrar a cura. Simone levou o seu filho ao dia da triagem dos Navios da Esperança, onde cerca de 6.000 outras pessoas se tinham reunido na esperança de serem atendidas por enfermeiras voluntárias.
De fora do portão do local, Simone viu uma grande multidão e não sabia se conseguiria passar. Contudo, Mansarr, corajoso apesar da sua tenra idade, deslizou pelo portão e entrou no recinto. Ele acenou-lhe do outro lado, dizendo: “Se não conseguires passar, eu vou e fico na fila”!
Uma vez lá dentro, Simone encontrou Mansare em fila sozinha, sem medo, acenando-lhe para se juntar ao seu lugar. “Ele sempre foi corajoso”, disse ele.

No dia em que subiu a passarela do navio hospital Africa Mercy para ser operado, o sorriso de Mansare dizia tudo. Eu não estava nervoso com a cirurgia, estava entusiasmado por embarcar noutra aventura!
Uma vez lá dentro, Simone encontrou Mansare em fila sozinha, sem medo, acenando-lhe para se juntar ao seu lugar. “Ele sempre foi corajoso”, disse ele.
Esta bravura continuou durante o tempo de Mansare com os Navios da Esperança. Depois de ser operado, Mansare passou semanas a recuperar e a reaprender a andar. Mesmo sentado em gesso durante várias semanas, não podia deixar de sorrir e, depois de iniciar o programa de fisioterapia, Mansare estava de novo a funcionar.
“Ela adora o seu novo corpo”, disse a sua mãe. Mas a mudança de Mansare vai muito mais fundo do que as aparências. Agora, é um desafio mantê-lo quieto, e a sua confiança e alegria manifestam-se em tudo o que faz. Mansare parece um rapaz novo, por dentro e por fora.
“A cirurgia mudou as nossas vidas”, disse Simone. “Ele é mais feliz; eu sou mais feliz”. Ele ama-se mais a si próprio. Ele está agora mais confiante.

Mansare teve muitas semanas de sessões de reabilitação com a ajuda de fisioterapeutas voluntários.

“Agora ele pode jogar. Antes, cansava-se e voltava passados dez minutos, porque as outras crianças riam dele. Agora, tenho de o ir buscar ao fim do dia e trazê-lo de volta para casa porque ele está tão feliz por estar a tocar”, disse a mãe de Mansare, Simone.